Ainda há lugar!
Quem não se alegra quando é convidado para participar de uma
festa? Mas eu não estou me referindo a qualquer festa, mas “aquela” festa.
Em Lucas 14, do versos 16 ao 24, Jesus nos conta uma parábola de
um grande banquete. Um homem preparou um banquete para muitos convidados, mas
estes negaram o convite dando várias desculpas. Como os convidados não
apareceram, o homem pediu para seu servo convidar “geral” que ele encontrasse
na rua e o servo o fez. “E o servo disse: ‘O que o senhor ordenou foi feito,
mas mesmo assim, ainda há lugar!’” [verso 22].
Os dias de evangelismo aqui em Cabo Verde tem sido intensos. Os
jovens são receptivos, alegres, educados e abertos para conversar. Até aqui foram: 199 abordados, 123
expostos, 91 evangelizados, 45 oraram e 2 pessoas foram edificadas. Apesar de
não estarmos preocupados com números, as estatísticas nos ajudam a enxergar a
realidade local.
Era quarta-feira e Nilson estava sentado sozinho num banquinho.
Parecia pensativo e solitário. Eu, Daniel e Samyra tínhamos acabado de orar por
aquele dia e saído para fazer uma pesquisa sobre o que os cabo-verdianos acham
do Brasil. Avistamos Nilson e fomos até ele. Monossilábico e recatado ele nos
respondeu tudo educadamente. Com meu coração cheio de compaixão, comecei a
fazer perguntas além do que existia na pesquisa. Mesmo com toda timidez, ele
continuou respondendo e foi se sentindo a vontade, chegando até a sorrir. Eu e
meus amigos nos entreolhamos e eu não resisti e peguei o Conecta.
Nilson, que já tinha falado que não pensava em Deus, não pensava
em religião e achava que ali não era um ambiente para esse tipo de conversa,
mas eu lembrei que quem convence é o Espirito Santo e meu papel é apenas falar,
então, na cara de pau, mostrei as imagens.
Ele começou a se mostrar interessado e falei: Nilson, eu queria
que dentre todas essas imagens, você escolhesse uma ou duas que mostre aquilo
que você pensa sobre Deus. Ele riu e começou a olhar atentamente cada imagem.
Ele escolheu uma imagem “dura” e eu lembrei que, na minha adolescência, eu
enxergava Deus exatamente como ele e escolhi uma imagem que mostrava como vejo
Deus hoje.
Pela expressão que ele fez, ele percebeu que mudei bastante, então
eu falei:
-Bem diferente, né?
Ele disse:
-Sim.
Eu continuei:
-É que antes eu não via Deus como
uma pessoa, alguém que eu podia me relacionar, conversar e ouvir...
Ele me cortou e indagou:
-Uma pessoa? Você ouve Deus?
Eu disse:
-Sim!
Ele riu confuso e perguntou:
-Como isso é possível?
Eu disse:
-Parece algo abstrato, né? Mas é
real!
Ele ficou me olhando [foi a
primeira vez que ele levantou o rosto] como se estivesse pensando: Essa
brasileira é maluca! Eu continuei:
-E é exatamente por isso que estou
aqui em Cabo Verde, Nilson. Pra falar pra você que Deus é uma pessoa real.
A partir daí, Nilson estava
totalmente atento a cada palavra que eu dizia. Ele queria saber de tudo e eu
fui explicando o plano da salvação passo a passo. A cada etapa eu perguntava:
-Isso faz sentido pra você?
E ele respondia, meio que
surpreso:
-Sim, faz.
Ao final, o convidei para orar
recebendo Jesus no coração e ele nem pensou e falou:
-Sim, eu aceito.
E eu:
-Mas essa oração [eu citei um
exemplo] é o real desejo do seu coração?
Ele:
-Sim.
Eu:
-Então você pode fazê-la agora
mesmo. E ele fez! J
Depois eu expliquei pra ele que quando conhecemos alguém, primeiro
somos apresentados a essa pessoa, depois começamos a conviver com ela até
chamá-la de amigo, e que da mesma forma é com Jesus. Que eu tinha acabado de
apresentar, mas que eu poderia ajudá-lo a conhecer e tornar-se amigo dele. De
pronto, ele respondeu:
-Sim, eu quero. Estou na faculdade
todos os dias e começou a falar a agenda dele.
Marcamos para o outro dia e quando chegamos lá, um tempo depois,
Nilson chegou. Daniel começou a conversar com ele e perguntou:
-E aí, cara, você pensou em tudo o
que conversamos ontem? Tem dúvida, chegou a alguma conclusão?
E ele respondeu:
-Hum... dúvidas, nenhuma.
Conclusões, muitas.
Daniel continuou:
-O que você entendeu? Que
conclusões você chegou?
Ele disse pausadamente com o
sorriso no rosto:
-Que Deus me ama, enviou Jesus
para perdoar meus pecados e agora eu tenho vida eterna.
Daniel falou:
-Você tem vida eterna, cara. É
isso mesmo!
Ele falou:
-Sim, porque eu convidei Jesus pra
entrar na minha vida.
Daniel quase explodindo de
alegria:
-E onde Ele está agora?
Nilson:
-No meu coração.
Que alegria! Que privilégio! Que festa! Começamos o discipulado
com ele naquela tarde de quinta-feira e já marcamos um outro encontro pra essa
semana. Eu, Daniel e Samyra saímos daquele encontro com o coração explodindo de
alegria, e eu tenho me sentido como aquele servo da parábola [que citei no
início do texto], que obedeceu a seu senhor, foi ao encontro dos convidados,
mas não só obedeceu, como também, participou do banquete da festa. Só que ao
final ele voltou e disse: “O que o senhor ordenou foi feito, mas mesmo assim,
ainda há lugar”.
A festa que acontece no céu quando uma alma se arrepende é tão
grande que sempre há lugar. Todos são convidados, mas, infelizmente, nem todos
querem participar e usam diversas desculpas. Os servos de Deus só precisam
obedecer e desfrutar do banquete.
Deixo aqui registrado o seu convite para participar da festa! J
nEle,
Klécia Corcino
Ore:
- Pelos encontros de discipulado que acontecerão esta semana;
- Pra que Deus levante jovens
cabo-verdianos para continuar o trabalho aqui;
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