Sarau BMM
A
mão e o sentimento
É muito fácil se sentir
sem valor, sem originalidade. Incapaz de compor a sua própria identidade, como
ambicionar compor uma canção? Sem talento para construir algo inteiro, que dure
mais do que alguns meses, ou que pelo menos seja útil pra alguém, repito: é
muito fácil se sentir sem valor.
Este texto, por
exemplo, é mais um dentre centenas tentativas de edificar uma obra própria.
Parece que a cada palavra nova surge o medo da próxima, e então o bloqueio
criativo, e então a distração, e então a paralisia total... Mais um projeto
abandonado por falta de disciplina, empenho, talento, vontade, tempo,
dinheiro... Até a hora em que o talento está tão enterrado que quase não se
consegue perceber que ainda há algo de profundo em nós.
Como acordar o
profundo? Como torná-lo saliente, fazendo-o dar nas vistas de toda a gente?
Profundo não se guarda, divide-se! Só a realidade da necessidade da divisão que
arranca o talento do nosso egoísmo. Esse talento que nem é meu, nem é seu, mas
antes um "desejo de realizar" anterior às nossas existências. Essa
poesia nos atravessou, mas não fomos nós que a escrevemos. Tanta vontade de
fazer história não se sustentaria de nenhuma maneira que não fosse a
sobrenatural. Afinal, "tenho apenas
duas mãos e o sentimento do mundo [...]".
por Laíza Verçosa
Lindo, Laíza! Bj, Luíza
ResponderExcluirOlá!! encanta-me seu blog quisesse afiliarlo em meus sites e você enlaça ao mio, se aceita me responde com uma mensagem a emitacat@gmail.com
ResponderExcluirbeijos!!
Emilia
Eu tenho o sentimento do mundo, e com as duas mão, tenho feito besteira dele.
ResponderExcluirCom suas duas mão vc fala lindamente dos teus sentimentos, com as minhas eu faço mau uso do meu.
Amei o texto Laíza