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Algo
que despertou em meu coração foi a necessidade de conhecer melhor aquele que
morreu para me salvar do meu próprio eu. Em João 14:8-9, um dos discípulos pede
a Jesus que ele lhe mostre o Pai, ou seja, Deus. Jesus, parecendo-me um tanto
quanto desapontado, questiona o fato do discípulo estar há tanto tempo com ele
e, ainda assim, não o conhecer e não ver nele o Pai. Ao ler esse trecho,
perguntei-me se de fato conheço Cristo e se consigo realmente enxergar nele,
apesar de toda sua humanidade e simplicidade, o próprio Criador. Alguns
estereótipos “divinais” existentes atualmente podem fazer com que isso se torne
inadmissível ou pior: nós mesmos formamos uma ideia equivocada sobre Deus e
Jesus; por um lado, acrescentamos características que não lhes pertencem e, por
outro lado, ignoramos ou nos esquecemos de outras que lhes pertencem. Aquele
discípulo estava diretamente convivendo com Jesus, ouvindo a voz dele, tocando
nas vestes dele e assistindo com seus próprios olhos aos atos de amor do Mestre;
mesmo assim, não conseguiu ver nele o próprio Deus. Um mínimo de conhecimento
sobre a vida de Jesus já descartaria a hipótese de que isso se explica por
falta de demonstração por parte de Cristo. Não, o problema não era esse. O
problema era que eles não acreditavam. Nos versículos seguintes, Jesus
revela-se como o Pai nas suas palavras, afirmando que Ele o habita e permanece
nele.
Não
podemos tocar em Jesus, beijar suas vestes ou mesmo lhe dar um abraço – o que
seria bem legal, se possível. Porém, o que nos aproxima da situação dos
discípulos e daqueles que estiveram com Jesus é, na verdade, o que há de mais
importante: assim como eles, podemos ter um relacionamento com Jesus, ou
seja...podemos conhecê-lo! Temos, todos os dias, a oportunidade de abrir mão de
dogmas engessados ou do “jesus” que criamos para descobrir a fundo a quem
buscamos, para conhecer de fato quem é Cristo. Deus revela-se na vida, na morte
e na ressurreição de Jesus, no milagre da água que se transforma em vinho num
casamento e no simples ato de lavar os pés dos discípulos. Jesus nos desperta
para a grandeza do amor de Deus nos seus atos de humildade. Jesus foi rejeitado
no seu nascimento, tendo em vista que não havia lugar para que nascesse; foi
rejeitado durante a sua vida por aqueles que não creram nele e no momento de
sua morte, por aqueles que o tinham como um tolo. Ainda hoje ele é rejeitado quando
se dispensa a oportunidade de ter um relacionamento com ele e de conhece-lo por
aqueles que não se lembram do significado da cruz.
Nesse
trecho da música “Alguém como eu”, parece que o autor, Stênio Marcius, também
estava refletindo sobre quem realmente é o Mestre e quais são seus pensamentos.
Meu desejo é que acordemos com essa curiosidade todos os dias.
“Como será, Mestre, este sonho Teu?
Sonhas como homem? Sonhas como Deus?
Sonhas com a glória que tinhas com o Pai, na Luz?
Ou sonhas com a cruz?”
Caroline Granha,
voluntária do BMM no RJ.
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