Senhor e mãe.


Mãe s.f. 1. Mulher que deu à luz filho(s) ou que criou filho(s) adotivo(s) (...) 3. fig. Alguém que dispensa cuidados e atenção (a outrem); protetora, defensora.

Semana passada comemoramos o dia das mães. Para mim, o dia das mães desse ano trouxe muitas reflexões, pelo fato de poucos dias antes eu ter perdido minha tia avó. Eu sei que é diferente ler um texto nesse blog sobre a tia avó de alguém, porém essa perda, próxima a uma data comemorativa (já que ela também era mãe), me remeteu a situações que pensei durante a quaresma e ecoam na minha mente.
A mãe é o ser humano que, geralmente, nos acompanha desde o nosso primeiro dia de vida dentro de seu ventre, quando ainda nem somos “gente” de fato. Mesmo os que não têm ou nunca conheceram suas mães tiveram a oportunidade de estar dentro da barriga de alguém e receber seus cuidados. Isso nos nivela, pois todos, sem deixar ninguém de lado, um dia, mesmo que sem querer, foram totalmente dependentes de alguém.
Ainda pensando sobre a relação com o ser “mãe”, há o caso do amor. Quando pensamos na figura de uma mãe, automaticamente, nos remetemos a esse sentimento e suas atitudes. Amigas que viraram mães há pouco tempo dizem que hoje vivem um amor que até então não existia. Algo como um amor que transcende barreiras.
A Bíblia compara Deus em diversos momentos com a figura de um pai, mas às vezes esquecemos-nos da figura da mãe, que é apresentada em:

- Deuteronômio 32.10,11"Numa terra deserta ele o encontrou, numa região árida e de ventos uivantes. Ele o protegeu e dele cuidou; guardou-o como a menina dos seus olhos, como a águia que desperta a sua ninhada, paira sobre os seus filhotes, e depois estende as asas para apanhá-los, levando-os sobre elas."

- Oséias 13.8a - "Como uma ursa de quem roubaram os filhotes, eu os atacarei e os rasgarei."


- Mateus 23.37 - "Jerusalém, Jerusalém, você, que mata os profetas e apedreja os que lhe são enviados! Quantas vezes eu quis reunir os seus filhos, como a galinha reúne os seus pintinhos debaixo das suas asas, mas vocês não quiseram."


Estar em Deus e Deus em mim me remete ao ventre da minha mãe, onde fui totalmente dependente dela. Eu estava nela e ela em mim. Mesmo que não saibamos que dependemos Dele, o Senhor, com seu gracioso amor, me permite: o ter como mãe, entender que dependo Dele e, de fato, depender Dele. Também me permite deixá-lo me alimentar, me suprir, estar no amor Dele, gerar momentos felizes para Ele também, assim como Ele faz em mim e, por fim, sofrer. Sofrer com o sofrimento Dele pela humanidade e, assim, agir. O sofrimento e a ação também fazem parte dessa relação de Deus como mãe. Ser como Ele consiste em, diariamente, sentir como Ele, agir como Ele, sofrer como Ele (João 17.20,21).
Perdi minha avó e minha tia avó próximo a datas comemorativas. Quando essas datas se repetem, me lembro do amor delas por mim e meu por elas. Nessa Páscoa me lembrei do nosso amor, meu e de Jesus, sofri e me alegrei.
Que possamos ter Jesus vivo dentro de nós, nos alegrarmos, viver tendo Deus e refletindo Ele como nossa mãe. Vivendo esse amor indescritível (maior do que o dito pelas mães – Isaías 49.15) e o repartindo com os outros também como uma mãe, que não faz distinção entre seus filhos.
Para as mães e para os filhos, feliz dia das mães!


Paloma Goulart,
Voluntário do BMM no Rio de Janeiro.

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