Eternidade no dia a dia.


Primeiramente, ser parte desse período de quaresma foi muito gratificante para mim como um “BMMista a distância”, visto que, às vezes, essa mesma distância acaba fazendo com que nos sintamos um tanto “menos parte” do movimento... Mas não! Dedicar estas sete semanas de “Quaresma” para estar com Deus em oração, lendo as Escrituras e pensando nas prioridades do movimento junto com o movimento (ainda que em uma rotina intensa, devido à conclusão de meu mestrado) renovou em mim a consciência de que eu ainda sou um BMMista, não apenas de coração, mas de maneira concreta – o que me alegrou o coração.

Além disso, algo me deixou muito feliz: como sabemos, a nossa visão como BMM de “conectar pessoas a Jesus através da música e de outras artes” nem sempre é bem vista, pelo fato de usarmos da arte dita “secular”. No entanto, durante a Quaresma, uma estudante recém-chegada no Alfa e Ômega de meu campus ficou sabendo a respeito do BMM (talvez via facebook) e, inesperadamente, veio falar comigo que estava começando a orar por nós como movimento – ela que, conforme suas próprias palavras, era resistente ao conceito de “graça comum” que usamos quando lidamos com “arte secular” – e que estava passando a entender, por direção de Deus, que um movimento como o BMM é fundamental para que certos tipos de público sejam alcançados com o Evangelho. Nem acreditei – eu que de vez em quando me entristeço pela falta de percepção de alguns cristãos [muitos deles até sinceros], vejo alguém experimentando isso! No fim das contas, ela foi uma das pessoas que esteve em nosso “Encontro BMM Salvador” no último sábado.

Ah... e o nosso encontro? Vamos lá.

Inicialmente, vale ressaltar que o único participante do encontro que está envolvido com o BMM fui eu – os outros de nossa “velha guarda” não puderam ir –, de forma que todos os demais eram pessoas que, no máximo, tinham uma noção superficial do que é o movimento. Em suma, seguimos bem à risca a “sugestão para a programação de encerramento” e, em nossos momentos de oração e comunhão, Deus nos levou a lembrar que devemos estar sempre vigilantes em oração e, quando pecarmos contra Ele, chorarmos como Pedro – isto é, o pecado deve nos levar a um profundo pesar porque ele ofende ao Criador ou, nas palavras de C. H. Spurgeon: “não podemos ter prazer naquilo que feriu e moeu o nosso Salvador”. Em seguida, ao lermos juntos “está consumado” [João 19:30] refletirmos sobre a excelência da redenção que temos em Cristo, pois nessa passagem Jesus afirma que a Sua obra foi feita sem falhas, sem lacunas, sem defeitos ou excessos – fala de uma obra perfeita, eficaz e suficiente para salvar o pecador e reconciliá-lo com Deus. Deus seja louvado! Finalmente, ao nos lembrarmos da ressurreição, cantamos juntos aqueles versos da canção do Leonardo Gonçalves: 
“Hoje sou livre, pois Ele vive 
 Ele vive, Ele reina em mim 
 Morte e pecado foi derrotado 
 Eu sou livre, eu sou livre enfim 
 De mim”

Ele ressuscitou para nos justificar diante de Deus ou, nas palavras da canção, para nos livrar de nós mesmos, seres injustos cuja justiça própria não vale nada. Deus é bom!

A lição que guardei de todo esse tempo é: é possível andar com Deus de maneira mais íntima e real em meio ao turbilhão da rotina e, mais do que ser apenas uma questão de “sobrevivência espiritual”, é um prazer, como disse certa vez um pastor inglês chamado Matthew Henry: “quando a Lei de Deus está em nosso coração, o nosso dever é o nosso prazer”. Que Ele nos faça sempre ter prazer em andar com Ele ou, nas palavras da Crombie, “viver a eternidade no dia-a-dia”! 

André Barreto
voluntário do BMM em Salvador,BA.

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