Desco(abr)indo (corações) Cabo Verde(anos)



A primeira semana foi nosso processo de descoberta: da terra, das universidades, mas principalmente dos corações. Já tivemos diversas experiências que, além de abrir corações Cabo Verdianos, abriram os nossos para com Deus. Assim, pela infinita graça ao nos permitir vivenciar cada experiência e criar laços de relacionamentos tão bonitos, e para com esse povo (pudemos conhecer mais do que a receptividade e a alegria, ver dentro dos corações, em cada palavra que abria um pouquinho da porta, até que ela fosse totalmente aberta, um povo tímido, desconfiado, respeitador e totalmente amável).
Vou compartilhar com vocês uma experiência onde houve essa via de duas mãos, sobre o coração. Antes de começar, não quero levantar questões polêmicas sobre estilos de vida ou musicais, mas sim, dizer sobre encontrar pessoas que eram exatamente como eu era, no coração, e não só em roupas e estereótipos, nem levantar a bandeira de que algum tipo de musica não seria “de Deus”, pois creio que tudo que há de bom vem dEle.
Estava no Campus da UNICV, logo sentou-se ao meu lado um rapaz com camiseta de caveira (fiquei observando pra ver se era de alguma banda que eu conhecia...) e começamos a conversar, a passar o Conecta (uma estratégia com artes visuais que usamos, como Klécia explicou no post anterior) com ele. Logo depois, chegaram mais cinco amigos dele, então André Barreto (voluntário do BMM, que veio ao projeto pelo Alfa e Omega) se juntou a mim para que continuássemos com o Conecta. Porém,  ao longo das conversas, houve uma identificação total com aqueles garotos que, além de terem pensamentos sobre a igreja ser uma instituição extremamente rica no meio de tanta pobreza.
Eles eram visivelmente roqueiros - ACDC, METALLICA, NIRVANA em suas camisetas, spykes e couro em seus braços - Rapidamente, me lembrei de uma Samyra (que  há apenas 3 ou 4 anos não existe mais) que usava o “dark”; os berros; a ira; a dor; a revolta; a melancolia e a agressão como casca, como desculpa para não precisar olhar para dentro, no que faltava em meu coração.
(que fique claro, eu ainda sou “roqueira” por uma questão gosto e não como um Deus do Rock, uma fuga)
Essa fuga era visível neles. Então,  percebi neles essa casca, mas um coração extremamente ferido (e alguns cheios de mágoas). 

Naquela tarde, algo lindo aconteceu, pude usar a dor que pulsava em meu coração e vê-la no passado, identifica-la no outro, sabendo que remédio oferecer: o Amor. Esse Amor que ofereci em minha amizade (existem feridas tão profundas que são curadas aos poucos, assim como a Luz quando as trevas são muito densas) e oro e espero que eles encontrem a cada dia, em cada passo que derem para abrir a porta, como eu um dia fiz.

“ Trust I seek and I find in You, everyday for us is something new, open mind for a different view and nothing else matters” (Confiança, eu procuro e encontro em Ti , todos os dias para nós é algo novo, abra sua mente (e coração) para uma visão diferente, e nada mais importa(rá)- Metallica (tradução modificada)
Motivos de oração:
- Sarau do BMM (dia 18 será o primeiro, que haja confirmação nos outros lugares)
-estudantes (e seus corações) e nossos novos relacionamentos com eles.
-comprometimento dos cristãos daqui.

Samyra Calipo, voluntaria do BMM.

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