Música do Mundo e a Graça Comum


Por Renato Vargens

Talvez por ignorância, parte dos evangélicos em nome de Deus dicotomizaram a existência dualizando o mundo. Infelizmente fundamentados numa pseudo-espiritualidade, um número imensurável de cristãos tem ao longo dos anos avaliado como profano e imoral tudo aquilo que não brota dos arraiais evangélicos. Para estes, quem ouve musica do mundo ou vai ao teatro assistir uma peça, cede às tentações do diabo. Segundo esta perspectiva, a arte, a cultura e a música secular foram “divinamente satanizadas”.

Bom, antes que seja apedrejado pelos religiosos de plantão, é importante salientar de que Deus estabeleceu como ordem a graça comum. E que esta é a fonte de toda, cultura, e virtude comum que encontramos entre os homens. Em outras palavras isto significa que Deus em sua infinita graça fez com que o sol nascesse sobre o justo e o injusto, e mandasse chuva sobre o bom e o mau. Entre as bênçãos mais comuns que devem ser atribuídas a esta fonte, podemos enumerar a saúde, a prosperidade material, a inteligência em geral, os talentos para a arte, música, oratória, literatura, arquitetura, comércio, invenções e etc.

Caro leitor, isto posto, eu louvo a Deus pela Graça comum! Como disse o pastor Marcio de Souza em seu blog, é absolutamente impossível negar a ação de Deus entre os homens ao ouvir clássicos da música como One do U2, ou Miss Sarajevo onde Luciano Pavarotti leva qualquer um às lágrimas com sua participação especial.

Eu particularmente sou tocado com a musicalidade de Chico Buarque de Holanda, com as letras de Jobim e Vinicius, com o ritmo da bossa nova, com a brasilidade de Gonzaguinha, Com as letras de Renato Russo, com a inteligência do Lenine, com o doce gingado do baião nordestino, com swing do Tim Maia, com a voz de Frank Sinatra, com a arte do Police, U2 e Dire Straits e tantos outros mais.

Meu amigo, não consigo ver deteminadas menifestações musicais ou culturais como satânicas ou malignas, antes pelo contrário, a multiforme manifestação cultural no ser humano, aponta diretamente para um Deus generoso que é absolutamente apaixonado pela arte, música e cultura.

Louvado seja o Senhor pela graça comum!


***
Renato Vargens é pastor da Igreja Cristã da Aliança, escritor, conferencista e colaborador do Púlpito Cristão

Comentários

  1. Meu irmão em Cristo a paz do Senhor!
    Achei interessante o seu texto,e creio que é bastante relevante a discussão sobre o tema,mas faço um breve comentário.Um bom debate é feito de ‘teste’ de argumentações, ou seja,aquele lado que tiver melhores argumentos terá maior vantagem portanto, não acredito que troca de acusações e chamar os que não concordam com o seu pensamento de psedo-espiritualizados ,religiosos de plantão, vão contribuir em alguma coisa com a causa,pelo contrario,só vão trazer mais desavença,intriga e etc,coisas essas que sei que o pastor não quer.Acredito ter boas músicas seculares,mas faltar com respeito aos que pensam diferente de você ,apenas faz com que fique muito próximo das acusações que por exemplo os homossexuais fazem a nós cristãos por dizer que somos radicais.Um grande abraço

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  2. Na verdade, eu acredito que cada coisa tem o seu público específico. Para nós, BMM, tocar música secular não é ser diferente ou radical ou contra a cultura cristã. O fato é que: Pra nós, BMM, tocar música secular é algo sagrado. Posso explicar melhor, ta? Então: Quando nós nos propomos a tocar músicas seculares, temos em mente um público e um propósito específico. A música secular, espiritualmente falando, não acrescentaria em nada a fé cristã no entanto, essas músicas, tocadas por nós, tem como alvo o não cristão. Dentro do contexto do nosso show, temos testemunhos e falando do plano da salvação. Como essas músicas são comuns aos não cristãos, eles se identificam com as letras e passam a pensá-las de forma diferente sobre o que elas falam. Quando escutam novamente as mesmas canções, eles lembram do que falamos durante o evento. CONCLUSÃO: Música secular pra nós, É SAGRADO pelo propósito que temos. Gde abraço a todos e que Deus os iluminem.

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. Concordo com você janiê,o que falei foi com relação a tratar com respeito os que pensam diferente da gente,inclusive falei que também escuto músicas seculares de qualidade,mas acho que pra gente defender essa nossa causa,devemos defender na classe entende,sem precisar chamar de pseudo-espirituais por exemplo,nosso papel é esclarecer e não atacar,assim poderemos conseguir mais adeptos a essa idéia.E acredito que você tambem compartilha dessa minha idéia.Um grande abraço

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